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sábado, 1 de novembro de 2014

MEMORIAL DE INFÂNCIA: RECORDAR É VIVER!!!



Da minha infância restam poucas memórias. Algumas estão tão presentes que até podia pensar que aconteceram ontem. Outras ficaram esquecidas talvez seja melhor assim. Por isso para reescreve-las precisei recorrer a minha mãe para registrar algumas neste espaço.
 Segundo relatos da minha mãe, meu nascimento foi uma alegria para todos, ela ficou muito feliz com a minha chegada à família, já que o primeiro filho, era um menino e a chegada de uma menina causou muita alegria para meus avós maternos e minha mãe. Nasci aos 25/06/90 com 4.50Kg, com 52 centímetros, linda uma princesa como afirma minha mãe. Saudável, fui amamentada até os 2 e meios anos de idade.
Minha mãe, era professora, lecionava fora do município onde morávamos e só retornava à noite, tinha que entrar em casa escondido e ir logo ao banheiro se refrescar para me pegar, pois, assim que ele entrava em casa eu ia logo pendurando no seio dela. Ao ouvir sua voz ficava grudada na porta do banheiro chorando reclamando sua presença, ai era todo mimo, sua dedicação era exclusiva até saciar-me com o delicioso leitinho materno.
Era uma criança encantadora todos queriam me levar para passear, minha mãe conta que na rua que ela residia no município de Jitaúna,tinha três rapazes que eram loucos por crianças, hoje são excelentes pais de famílias, (Magno que eu chamava de Teté, Jean e Gean) que todos os domingos a partir das 8 horas chegavam lá em casa pedia a minha mãe para me arrumar e arrumar a mamadeira de água e suco e saiam para passear comigo pela cidade, me levavam para sua casa e as vezes só me entregavam a noite já dormindo, eu amava esses passeios, quando os via já ia atirando meus bracinhos para eles e nem queria saber do colo do meu pai.
Na rua onde morava residia também um casal de primos do meu pai, que já tinham duas filhas adolescentes, o pai delas também me levava para a sua casa e eu ficava por lá, ainda não falava nada, pois, não tinha um ano ainda, aprendi a chamá-los carinhosamente de Painho Fande e Mainha Vanda, até hoje os chamo assim, meu Painho Fande já faleceu, foi um momento triste para mim, pois, ele foi um verdadeiro referencial de pai na minha vida e sua lembrança será eterna.
Fui uma criança precoce, escolhia as roupas para comprar, antes vestia todas, e não adiantava ninguém falar que estava linda se não gostasse não tinha quem me fizesse aceitar, isso aos dois anos de idade. Eu tirava na hora a roupa e outras vezes eu não queria nem mesmo experimentar. As pessoas ficavam abismada com meu poder de decisão.
Aos três anos tive minha primeira paixonite de criança, um primo meu (Bule), já adulto que trabalhava na escola onde eu estudava. Ele nos recebia no portão com um beijinho carinhoso e me chamava de “minha namorada”, pois, eu falava pro todo mundo que ele era meu namorado, escrevia até bilhetinho para ele, do meu jeito de criança, esses bilhetinhos minha avó materna guarda até hoje e vez ou outra caio aos risos quando pego essas recordações para olhar.
Um certo dia, conta minha mãe, que ao chegar no portão da escola e ver Bule beijando minha coleguinha Layra, eu olhei para ele não aceitei o beijo de chegada e desci com a cara amarrada, desse dia em diante não mais olhava para ele, quando ele ligava para casa da minha vó eu não queria atender quando me falavam que ele estava ao telefone. E um dia ao ser questionada por que não falava mais com ele eu disse a seguinte frase:  “Se ele mudar eu posso ate pensar em mudar com ele” acho que eu quis afirmar que se ele não beijasse mais minha coleguinha eu voltaria com ele (risos). Todos os adultos achavam lindo o amor que eu tinha pelo meu primo hoje damos muitas risadas ao recordar esses fatos.
Entrei na escola com dois anos de idade, minha mãe lecionava na escola e me levava para ficar na sala da turma do maternal, realizava as atividades no capricho mesmo com pouca idade, aos quatro anos fui oradora da turma do infantil, fiz um discurso que deixou todos emocionados pela desenvoltura em decorar uma fala de vários parágrafos, sem que necessitasse do auxílio de adultos na hora para me dirigir ao público presente, não esqueci nem tropecei sequer em uma palavra.
Minha mãe relata que o gerente do Banco da cidade naquela época, ficou tão maravilhado comigo, que pegou a gravação da filmagem do discurso e passou a semana toda na TV do banco para as pessoas verem. Fui a sensação do momento na cidade com esse feito.
Aos três anos minha mãe separou-se do meu pai, segundo ela foi um período muito difícil, o juiz ordenou que ele nos pegasse aos fins de semana e entregasse no domingo à tarde. Íamos para casa da nossa avó paterna que ficava localizada no Km 18, próximo do município de Jequié. Era muito doloroso minha mãe nos  entregar para ele, pois, ele chegava cedo a cidade ficava bebendo com os amigos nos bares e quando ia nos pegar já estava muito alterado. Minha mãe ficava preocupada pois meu irmão nessa época tinha 7 anos, e tínhamos que andar alguns quilômetros a pé para chegarmos a casa dos nossos avós paternos.
Por conta da perseguição do nosso pai à minha mãe tivemos que nos mudar para Jequié, aqui foi o começo de uma nova fase, longe dos nossos avós maternos, ficávamos em casa os três, minha mãe já trabalhava pelo município de Jequié e Jitaúna, ela saia as 6hs e retornavas 17 horas, chegava em casa preparava o café, orientava as atividades para fazermos e as 18 horas ele se dirigia para pegar o transporte e ir lecionar em Jitaúna  só retornando as 11 horas.
Ficávamos eu e meu irmão sozinhos em casa, a ordem dada era essa “Ninguém sai ninguém entra, quando  a mamãe não estiver”.  Meu irmão me levava e ia me buscar na escolinha Santos Dumont, nossa mãe nos recomendava que qualquer objeto que caíssem no asfalto, não soltássemos as mão e nem voltássemos para buscar.
 Mesmo com essa luta toda para nos sustentar já que meu pai não ajudava em nada, ela nunca deixou de orientar as nossas tarefas escolares, sempre perdia o primeiro dia de aula dela com seus alunos para nos levar à escola, ver nossa sala conhecer nossos professores e sempre estava presente às nossas festinhas, ou fazendo visitinhas supressas a escola para saber sobre nosso desempenho e comportamento. Lembro certa vez, o meu irmão já no ensino médio pedindo para ela não ir junto com ele, para não pagar mico com os colegas, ela ficou um pouco triste, mas entendeu.
Para compensar sua ausência durante a semana, ela nos levava todos os sábados a noite  para sairmos com ela, comíamos pizzas, tomávamos refrigerantes, dávamos risadas conversávamos, aos domingos ficávamos os três assistindo televisão. De vez em quando íamos para casa dos nossos avós maternos, era uma alegria enorme. Eu pegava corrida com meu irmão para ver quem chegava primeiro pra ganhar o abraço dos nossos avós que nos recebia com alegria.
E cabe aqui recordar dos momentos com os meus avós, mas em especial com o meu avô Lauro, que já se encontra ao lado de Deus, assim eu creio, ele teve um papel muito importante em minha infância,  me chamava de Elle, e era a única pessoa que eu permitia que chamasse assim, nos brincávamos muito, nos fantasiávamos em épocas festivas, dançávamos, e fazíamos surpresas para a família em datas especiais, apesar de muitos anos terem se passado desde esse acontecimentos, eles estão bem vivos em minha memória.
A minha infância não foi muito rodeada de amigos, não tinha muito contato com as crianças que moravam vizinhas a nós, sempre fui recatada, e apesar de ter muitos colegas na escola, esse contato se resumia lá na escola, em casa meu amigo, e companheiro das brincadeiras era meu irmão mesmo e poucos primos que residiam na mesma rua.
Recordo-me que mesmo diante da timidez que tinha sempre gostei de participar das festinhas de escola, já fui a Sereia, onde minha mãe fez uma cauda linda, já fui Rainha do Milho, fora os desfiles de primavera, outono, sempre gostava de me destacar, também adorava participar das coreografias das festas de final de ano.
São estas as pequenas recordações que tenho da minha infância, dessa fase da minha vida, que algumas coisas gostaria de esquecer e já outras são imprescindíveis para a minha vida, me fizeram ser quem sou!!



 Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo

Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança
Da gente brincar
Da nossa velha infância

Seus olhos, meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só

Você é assim
Um sonho pra mim
Quero te encher de beijos

Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor

E a gente canta
A gente dança
A gente não se cansa

De ser criança
A gente brinca
A nossa velha infância

Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só

Você é assim
Um sonho pra mim
Você é assim 

Você é assim
Um sonho pra mim
Você é assim 

Você é assim

_TRIBALISTAS_


















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